...

Conversas, cotidiano, artes, fazedors de artes, cultura, cidadania, são temáticas imbricadas no nosso caminhar e, por isso, passarão por aqui. Aberto a contribuição de todas as pessoas sintonizadas conosco... sejam bem-vindos!

sábado, 30 de janeiro de 2010

o céu de Palmas é tão diferente dos outros céus...


...e o amanhecer de ontem me surpreendeu. Sentada num butiquim, ao lado da Trupe do Butiquim, vi um dos céus mais lindos que já pude enxergar. E o dia sorria...na calmaria dos dias que transcorrem bem. E um azul descomunal anunciava a aurora. E nas ruas, diferente de outras grandes capitais, subia um frescor gostoso. Nada de urinas curtidas, poeiras, sujeiras, fumaças humanas, gente cambaleando com olhos de ratos a nos amedrontar ou ameaçar, como nas grandes capitais massificadas pelos avanços "mudernos". Ao contrário! Em pleno centro, a escolha de se olhar para a serra, ou o céu. O oxigênio puro que revigora. Energia vital! E Dona Lena, a dona do bar, sentada conosco na bruta manhã. Uma personagem dos deuses, a fazer parte da história de Palmas. E enxerguei uma Palmas-Paraíso - Onde se é possível estar sentada num bar, e deixar a bolsa liberta, ao deus dará, respirando sozinha sem estar sufocada pelo colo, mãos e corpo humano.. Ainda existe uma capital que se é possível "prosear" bebendo uma cervejinha e a dona, mesmo cansada porque missão já estava cumprida, senta-se na mesa, e acompanha miseros "moribundos" comemorando aniversário de amigos até o dia amanhecer? Foi sentada num bar que num cenário azul, respirei ar puro, brisa do amanhecer e refleti o presente grande de se perambular e morar numa capital que de noite você ouve samba, proseia na madrugada e acorda com a cantiga dos pássaros, com olhos da natureza... e apenas, apenas, sente o cheiro bom do pão fresquinho que anuncia a nova labuta... E Tia Lena, na minha memória se transformou em persongem vivo...impressões positivas marcantes da terrinha do pequi. E nas reflexões, os ecos de forasteiros outros que também vieram das Minas, da Bahia, do Pará, de lugares outros e que levantam "mastros e bandeiras" a fortalecer um lugar. Do exótico Chico, jornalista, que percebi, percorreu mundos, guardo nos ouvidos a reflexão: "difícil é o poder de não matar". De Berton, sua irmã e cunhado, Daniel e Hellen Souza, a receptividade de comungar numa mesa de bar, o conhecimento e trocas humanas. A festa do vinho! Sábias palavras pronunciadas nas ruas noturas de Palmas. A Trupe do Butiquim que sempre me faz remeter às ruas de BH. Local que penso, é o prenúncio da efervecência cultural. Da terrinha do sol... no dia em que enxerguei o céu. Azul!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

o que não poderia ficar de fora...






...Escritos de Leonardo Brant!











"O agente duplo

A sustentabilidade dos artistas no mundo atual é a preocupação central deste blog. Buscamos estabelecer relação direta deste cada vez mais complexo e difícil desafio frente às políticas públicas de cultura e as dinâmicas de mercado. O canto da sereia, muitas vezes o caminho da sobrevivência, outros da corrupção de valores e sentidos. Mas pode se tornar o motor potente, em busca de autonomia para navegar nas incertezas e na volatilidade das políticas públicas, orientadas cada qual à visão de mundo e de cultura dos detentores do poder.
Fui à II Reunião Pública Mundial de Cultura, promovido pela prefeitura de São Leopoldo (RS) como parte do Fórum Social Mundial, para lançar o webdocumentário Ctrl-V. Antes da exibição do webdoc, assisti a conferência de David Harvey, que discorreu sobre a necessidade de o artista trabalhar como uma espécie de agente duplo, dentro dos sistemas político e, sobretudo, do mercado.

Em busca de autonomia, ele pode e deve, segundo Harvey, ocupar espaços deixados no mercado para a criatividade. O autor acusa o capitalismo de ser o menos imaginativo dos sistemas. Sua existência depende de um certo grau de mecanicismo, que condiciona pessoas dentro de comportamentos e formas de atuação mais ou menos homogênea.

O geógrafo e professor da City University of New York (CUNY) enxerga neste terreno árido e difícil que é o mercado um mar de oportunidades para as atividades criativas e para o desenvolvimento e ocupação de espaços disfuncionais e subversivos. E deposita no artista a esperança e a responsabilidade de encontrar as brechas necessárias para implodir o sistema, ressignificá-lo ou reinventá-lo, com base em princípios humanos e éticos.

Harvey admite o risco de o artista “vender-se” ao capitalismo, mas diz que esse risco é um desafio saudável, pois estimula a tensão entre o artista, sua obra e sua função pública.

Perguntei ao pensador britânico, o que ele pensa sobre a formação e consolidação de indústrias culturais propriamente brasileiras, depois de apresentar-lhe como premissa o projeto desenvolvimentista do país, que acende uma vela para o capitalismo, baseando sua política econômica no mercado financeiro, e outra para o socialismo, ampliando a presença do Estado em ações sociais de cunho assistencialista, deixando o processo cultural numa área cinzenta, frente às contradições dessa política.

Harvey mostrou-se cético em relação ao desenvolvimento de uma indústria nacional. Considera os espaços ocupados por redes colaborativas mais adequado para o florescimento da criatividade. Mas não apontou como se daria o financiamento dessas atividades, provavelmente pelo Estado.

Mas se o Estado não é mercado, ele corre o risco de confundir-se com um produtor cultural, moldando aquilo que devemos ou não devemos ver, ouvir e consumir como arte e cultura. Diante desse risco eminente, vivido no Brasil em tempos de Procultura, Harvey defende quase que uma conspiração de artistas, em defesa da sobrevivência e em defesa da democracia.

Uma reflexão importante para o ano que se inicia, em que definiremos o novo modelo de política cultural para o Brasil, exercendo e negociando o poder de voto e de construção de uma agenda democrática, baseada na garantia dos direitos culturais e no pleno exercício da liberdade de expressão."


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Leonardo Brant é pesquisador de políticas culturais. Autor do livro "O Poder da Cultura" e diretor do webdocumentário Ctrl-V::VideoControl.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

pausa para a roda girar

Quebra de rotina. Mudança de horário para ensaio. Regresso de Marco Túlio à "órbita solar". Guadalupe na platéia! Conversa sobre criação de material gráfico. Agendamento de tarefas e reuniões. Chegada de Norma. Prova de figurino. Ensaio. Considerações. Bar. Diretor empolado. Sintoma de pré-estréia. Previsão do imprevisto. Imprevisto da previsão. Prenúncio da campainha. Abertura de cortinas. Ritual, o novo elemento para os ensaios. De volta pra casa!


"A roda que eu fio nela
Ô Baiana, ô ia, iá
É só eu que ponho a mão,
Ô Baiana, ô ia, ia

A roda que eu fio nela
Ô Baiana, ô ia, ia
Sabe lê, sabe escrever
Ô Baiana, ô ia, ia

Fia, fia minha roda
Ô Baiana, ô ia, ia
Pra acaba com esse algodão
Ô Baiana, ô ia, ia
Pra fazer muita roupinha
Ô Baiana, ô ia, ia
Pra dona da fiação
Ô Baiana, ô ia, ia"

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

o guru astrológico


"ôooh Li, hoje de manhã não terá ensaio. Carol ligou pra avisar. Parece que tiveram que ir à noite para o postinho. O ensaio será à tarde."


Acordei há pouco com estes dizeres do Brenno. Conterrâneo de "padiminas" que em Palmas, chegou antes de mim e não só me aguçou a curiosidade-vontade de aqui "conhecer", como também foi quem me recepcionou, através de Cimar Perpétua e Paulo Motta. Foi o "ator" que comigo vivenciou as primeiras impressões da terrinha do sol. Os primeiros passos para o caminhar no Norte. O Brenno é o tipo de pessoa que sempre precisa de um empurrãozinho. Não que lhe falte iniciativa, mas para algumas questões, ele sempre espera. Espera o convite para dizer "uai, pode ser!". E assim, nesse "pode ser", no mesmo dia em que cheguei, fomos até o Espaço Cultural acompanhados de Marcelo Lopes (atuante na área de patrimônio imaterial do município). Conhecemos Cícero Belém. Conversamos bastante sobre cultura, teatro, produção cultural . Ao final, ele nos disse "Fico feliz em sabê-los aqui...e olha, que tem mais gente chegando...veio ontem também, um casal de artistas da dança. Vieram de Belo Horizonte". E Cícero nos falou de alguns lugares de Palmas. De lá, perdidos sem direção, nos orientamos pelo Palácio do Araguaia e localizamos a Fundação de Cultura do Estado. Muito surpresa com o atendimento. Bati na porta e ouvi uma voz do fundo "Entre". Olhei para o Brenno e fiz aquela cara de quem não estava entendendo absolutamente nada. Bati novamente e ouvi "Entrem, por favor, é só abrir a porta!". Entramos pianinho. Nos deparamos com Dora e Hananias que nos receberam carinhosamente. Recordo-me que Hananias vasculhou nos arquivos e nos mostrou fotografias das manifestações de culturas populares. E meus olhos brilharam por ser uma das minhas grandes paixões. Papeamos muito! E naquele momento, refleti algo que externei em palavras "é, percebo que aqui, tem energia vital. O pouco que tenho percebido nas pessoas, por mais que trabalhem muito, repassam algo diferente. Não é em qualquer capital que a gente tem esse tempo para conversar assim...". E Dora também mencionou do casal de dança. Nada mais, nada menos que Carol e João. Foram dois lugares que inconscientemente, tivemos buscas em comum. E naquele mesmo dia, conhecemos o Rigolleto, ouvimos Toninho Borges e seu violão. E o tempo foi passando até que os dois pares (teatro-dança) se conheceram a iniciarem as conversas sobre as impressões de "QUANDO EU CHEGUEI AQUI..." Brenno Jadvas é o guru astrológico da Trupe. Sempre em seus comentários, perpassa as análises calcadas na astrologia. Parte das explicações que encontra para os relacionamentos humanos. É cheio de humor, às vezes negro. Criativo na criação de piadas. Dramaturgo da comédia. Dono de grande expressividade que o faz produzir gestos e caretas espontâneas, sempre engraçadas, não à toa seu perfil para as artes cênicas... e seu jeito de caminhar, os pezinhos para fora, é singular... Seu senso de direção atrapalhado, percebi, aprofundou em Palmas, vez que os endereços são puro código: letras e números. No coração "brenniano", uma imensidão! Fortaleza em pessoa que segue em frente como qualquer ser humano consciente das agruras do tempo. Material. Das missões maiores! "JADUAS" como diz João, é ator e diretor. Graduou-se em Licenciatura e Bacharelado em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Ouro Preto. Radicou-se por um tempo no Rio de Janeiro, estudando disciplinas isoladas do mestrado em Artes Cênicas da UNIRIO. De lá, arrumou as malas e "respirou" do ar de Espírito Santo, atuando na área da educação, até fechar as mesmas malas e rumar para o Norte. Tresmariartear...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Não se mostra...nem "amostra"!

BRASIL-
ARGENTINA-CANADÁ-URUGUAI-
MÉXICO-EUA-ALASCA-FRANÇA-ALEMANHA-PORTUGAL-
ESPANHA-INGLATERRA-ISLÂNDIA-LÍBANO-LUXEMBURGO-ISRAEL-
JAPÃO-CORÉIA DO SUL-TAIWAN-
CINGAPURA


Não sou linear, nem constante. "A história é feita de cacos", dizia Luiz Humberto Arantes, meu mestre de um dia. Assim pensando, revendo, tornaria impossível seguir o calendário do dias. Escrevinhar à risca de um cronograma. Tampouco falar sobre os "tresmarianos" de forma igual, se cada dia é um dia, se cada lua me faz enxergar outro céu. Caa um, é cada um. Hoje, estávamos na Galeria Magenta, quando Carol, Guadalupe (sua mãe) e João leram os rabiscos sobre a "farmacêutica dançarina". Então, disse-lhes, que hoje, seria o dia de João! Mas o que dizer do mestre João Vicente que já percorreu palcos do mundo? dançou no Grupo Corpo, Quasar Cia. de Dança, Balé do Teatro Castro Alves, Corpo Vivo Cia de Dança, Balé Municipal de Natal? Mais do que itens de um currículo que precisa de marcadores para organizar o nome do países por quais ele passou, a representatividade maior do mestre joanino está no seu pequeno-grande coração que emana bondade, humildade, lucidez, amor fraterno, paciência, sabedoria. Pequeno na estatura, não atingiu a média de 1,70cm de altura, porque quando adolescente, praticou em demasia o "judô". Foi ele próprio quem nos revelou, dias atrás. Mas em absoluto, essa característica física, ou falta de característica, desabona a grandiosidade que é o "Ser João". Tem qualidades especiais e grandiosas, cabíveis apenas aos iluminados. Evoluídos! Possui um espírito desperto à vida. Sem apego. E é um "hombre" alto astral, bem humorado. Todos os dias me dá carona de volta pra casa. Já tem me feito companhia na roda de chop, quando Carol prefere suco. É uma das pessoas mais engraçadas que conheci, por simplesmente ser espontâneo. Honesto nas atitudes. Muitos episódios cômicos presenciei na presença dele e Carol. Aliás, leitores, os dois mestres dançarinos, são casados entre si. E como acontece na maioria dos casais, a mente masculina, jamais, jamais entenderá ou compreenderá o que é ser mulher... por vezes, me peguei dando altas gargalhadas face aos tropeços joaninos relativos a mente "caroliniana". Feminina! E se falo de João, falo de Carol, que faz parte do todo e juntos construíram um lindo jardim: plantas que assustadoramente brotaram e floriram na quadra 1204 Sul. Solo do Sol. E juntos, dançam lindamente...verdadeira comunhão. De buscas, olhares, construção. E João dirige. Carol, eu, Brenno. Com a doação dos gigantes, a calmaria dos sábios, a leveza dos maiores. Criador-intérprete-dançarino como raros humanos sabem ser. Se expressa pelo encanto da dança de algum outro dançarino...transcedental. Acho que no seu caminho, só teria duas escolhas: ou ser dançarino ou bailarino... soprando aos ventos, uma frase de Fernando Pessoa, que penso, o traduz: Com toda a gente que simplesmente elegante que passeia e se mostra. E afinal, tem alma dentro? O João tem.. não se mostra. Nem "amostra"! Sabe..."Ser João". O mestre que não diz com os "títulos acadêmicos", mas com o corpo de um CORPO que representa(ou) Brasil, no mundo. Fruto de um tempo, mapa, espaço, direção...em direção à terrinha do sol, para cumprir seu legado! "Amostra" que não se mostra. Acontece por si...

domingo, 24 de janeiro de 2010

a bailarina da TRESMARIA que trocou o ofício de farmacêutica pelos palcos...




...estudou dança num dos mais respeitados Centros de Formação em Dança do país. Muito embora a mídia de peso faça vistas grossas à "singeleza mineira" e ressalte apenas os feitos do grande eixo "Rio-São Paulo", sabemos que a Fundação Clóvis Salgado é um dos equipamentos culturais mais completos da América Latina. E Galgane é fruto de boas safras do Palácio das Artes! Assim como grandes mestres das Minas se espalharam por todo o Brasil cumprindo missões no campo da política, artes, arquitetura, e outros, Galgane não fugiu desta tradição. Poderia até atuar enquanto farmacêutica, sua atividade por formação pela UFMG. Mas mal chegou no Novo Norte do Brasil, implantou o Centro de Formação em Dança no Centro de Criatividades - Fundação Municipal de Cultura de Palmas-TO. E na terrinha do sol, conheceu o coentro, viciou no cupuaçu, aprendeu a usar filtro solar, andar de chapéu, ser amiga e companheira dos óculos escuros. Descobriu que é fissurada em jiló. Mas em absoluto, não se entregou à tentação da "cerva". Mesmo com o suor respingando, mantém a disciplina-sensatez de apenas, de vez em quando, pedir um "cozumel". Bebida que só cheguei a conhecer aqui. Lá nas Minas e noutras bandas, vez ou outra, bebia cerveja com limão e sal. Mas numa taça, toda preparada que me faz lembrar "margarita", foi aqui. E Carol, sempre que vamos comemorar algo, na hora do brinde, ou o faz com água com gás, ou raramente com "cozumel". Muito, muito raramente. E a bailarina avistou pela primeira vez na sua vida, um arco-íris. E viu ao mesmo tempo, dois. Se encantou. Também com as araras-azuis, que se comunica muito bem. É a única entre os "tresmarianos" que de longe avista as "beldades" maiores. E quando a gente tenta olhar, já passou...já voaram...
E continuamos a jornada... galgando... com equilíbrio, delicadeza, fé, prudência, sabedoria, postura. De Galgane! Das Gerais pro Norte. Do Norte pras minas, pro mundo...

Carolina Galgane é bailarina-intérprete-criadora, investigadora, coreógrafa, professora. Estudou dança pelo Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado-MG. Pós-graduou-se em "Estudos Contemporâneos em Dança" pela UFBA, onde desenvolveu pesquisa sobre o processo de criação do Espetáculo "Breu" do Grupo Corpo. Atou na Companhia de Dança do Palácio das Artes (2002/2004); Cia. de Dança Mário Nascimento (2005/2007); Grupo de Dança 1 Ato (2008). Em 2008 representou o Estado de Minas Gerais em Buenos Aires - residência artística com a bailarina e coreógrafa Marina Sarmiento. Já participou de importantes Festivais/Dança em todo o Brasil como bailarina e ministrante de Oficinas e Workshops de dança contemporânea e ballet clássico.

sábado, 23 de janeiro de 2010

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

pupilas e relatos - o terceiro compasso

"Acordei com a idéia de lavar roupa (coisa rara) , mesmo na chuva lavei... fui pro trabalho debaixo de chuva...peguei um resfriado e um filho da puta passou com o carro na maior velocidade e me deu aquela molhada básica... enfim, cheguei em casa e vi meu quarto alagado...detalhe esqueci a janela aberta! gostei da chuva, mas...rs... história real, heim gente? rs... / ps: no final do dia fiquei triste, a Taty (amiga irmã que divide casa comigo), chegou e contou que por causa da forte chuva uma menina de 12 anos morreu levada pela correnteza lá nas Arnos (isso realmente foi triste) / bom, é isso! / "chuva, eu peço que caia devagar, molhando esse povo de alegria, pra nunca mais chorar" Hellen souza****
A sexta-feira amanheceu com forte luz! Fotografias por Társio do "Canto das Artes - Taquaruçu" que comentou sobre as poças d'água da chuva de ontem. E achou lindas as imagens. Ensaio. Feijoada no Popular. Reunião na Fundação Estadual de Cultura. Apoio selado com Doralice. Um brinde... chuva forte....temporal! Eram mais ou menos 03 horas da tarde. E Palmas vira mar. De gente. Lago. Tudo alaga. Não há "bueiros", observa Carol. Sob trovões e relâmpagos, "nóistrês", descemos do carro e entramos na Galeria Café /Magenta. João Miranda, completou o trio da mesa de Marco Dutra e Walter Sousa . Papearam horas a fio. Arte e cultura, a reflexão. Carol noutro canto, mergulhava num livro de pinturas. Beleza lúdica criada por uma artista que o nome não fixei, porque concentrava apenas nos escritos de A CASA. A chuva continuava... Levava a poeira, amainava o calor, refrescava o corpo suado. De dentro da galeria, só enxergávamos água sobre o chão e o clarão dos relâmpagos. Ao som dos respingos e trovões, eu lia e ouvia a conversa dos "três" homens. Pelo vidro da parede, vi uma moça descer do carro. Entrou na galeria, sentou-se noutra mesa. Agora eram três mesas postas e ocupadas naquele lugar. A terceira mulher. Não sei se a prosa com Dutra e Sousa, ou se os "flashs" da chuva, iluminaram nova inspiração de João! Mas hoje, a sua criação maior, foram os registros...Fotografias, olhares, impressões. E no caminho da Magenta para casa, "nóistrês" conversamos sobre os últimos dias...todo o compasso por 3. De três em três, o percurso. Múltiplo de 9 ... gestação!

Fotos









Hoje foi dia de conversarmos com o fotógrafo. Quando cheguei em casa aproveitei a inspiração e fiz alguns ensaios. Ainda bem que meu negócio é com o movimento e não com o "clic"'. Há, há, há!






quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Chuva pra que te quero!


Aos que vivenciaram o dia de hoje em Palmas, guardem-no na memória. Esses "refrescantes" dias chuvosos também constam no espetáculo. As minhas plantas do jardim agradeceram aos céus, mas acredito que os palmenses que andam pelas rotatórias pediram ajuda aos céus. Já que o espetáculo fala sobre as impressões de forasteiros, vou escrever o que me disseram quando aqui cheguei: "Aqui quando chove, alaga tudo!".

Item indispensável: guarda-chuva (pra não esquentar a cabeça em dia de sol e pra não desfazer a chapinha em dia de chuva). .

e começa o dia de luz, recebendo Luiz...


...pessoa iluminada que reluz raios de sabedoria. Seu trabalho, reverbera amor fraterno, o essencial para a humanidade. Crescer, desenvolver...alçar vôos. Maiores. E o SESC/Palmas-TO desenvolve papel diferenciado. Carrega o andor do poder público. Faz valer pela sociedade civil, o papel de muitos... Obrigada a você, Luiz...sempre!!! E compartilho com todos os que nos são caros e que "tresmariarteam" conosco, a sensação boa de ter um dia recepcionado por letrinhas carinhosas de quem fortalece a cultura da "terrinha do sol". Pedaço do Brasil!

Oi Eliene!

Feliz 2010 pra você e para a Tresmaria Cia. de Artes Cênicas. Que consigam passar aos palcos da vida a arte da alma, renunciada das afobações estampadas das personalidades. Do jeito mineiro mesmo que vocês caminham, com tranquilidade e constância. Então, uma ano de muita Luz, Trabalho e Sucesso!!!

Também estou escrevendo para dizer que estou de volta ao SESC e à disposição.

Grande abraço,
Luiz Melchiades

(*enviado por email - 21/01/10 às 09:03h)

...e termina a manhã com o almoço do patrocinador-maior: Restaurante Popular. Um delicioso sabor mineiro. Angu e outras gostosuras. No ensaio de hoje, o João foi bailarino. Com ouvidos e olhos de diretor. Atento! Ao final me disse "eu não consegui ouvir aquela sua fala que pedi, pra você corrigir, porque os meninos erraram a cena do trânsito e tive observar." E prosseguiu com aquele jeito manso de dizer que só cabem aos evoluídos: "ooooohhh Brenno e Carol, eu tô achando que vocês estão achando é bonito errar. É! Ficam competindo os dois, todos os dias, pra ver quem erra. Não, tem é que chegar aqui e dizer "ai, meu Deus! eu erro, não posso errar mais"...e é cômico para quem apenas observa. O mestre joanino diretor. Que ri, apenas ri. "Esbraveja" acalentando...longe de ser carrasco...emana luz! ....E começa a noite com o clamor de João Vicente, escrevendo publicamente ao cenógrafo que encontra-se distância ano-luz e num retorna: "o povo quer saber: where the hell is Marco Túlio? Just one thing to say to him: Heeeeeeeeeeeeeeelp!!"...E a noite finda com as palavras de Carol que da quadra 1204 Sul, escrivinha virtualmente a despedida: "beijusssss... acompanho o blog é muito bom, parece uma novela imperdível...é como se estivesse participando de dois jeitos...dançando pela manhã e assistindo de madrugada". ...E a madrugada inicia com Marco Túlio teclando perguntas e notícias. Prenúncio do seu regresso. No clarão de domingo. De volta aos 55 graus. Máximo de "luz". Para um novo dia sorrir!!!


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

urbano-natural

E o dia começou atrasado para os rigores dos ponteiros de relógio. E aos ensaios, a mudança de horário. Palmas acorda muito cedo. Bem mais cedo do que as montanhas mineiras, onde o verão ganha novo horário. É tanta a energia vital desta terrinha! que o cidadão se transforma "impontual". Sai de casa tranquilo. Espera por 30, 40, 50 minutos a chegada do "buzão" que te conduzirá ao local proposto. A arquitetura de tão bem planejada que é, esqueceu dos pedestres. Um contraposto! A visão de paisagens belas, céu aberto, ar puro que vai amainando com o advento das "máquinas locomotivas". Gás carbônico que aumenta! Muito embora, o ensaio tenha atrasado, por conta dos atores, "foi o primeiro dia em que foi possível passar dois ensaios gerais", afirmou Carol. De fato! Foi possível um alongamento "arrochado" que só o mestre joanino sabe conduzir. Primeiro ensaio, João Bailarino. Segundo ensaio, João Diretor. A pupila dos seus olhos, acima dos aros dos óculos, acusavam os erros, e a caneta os registravam no papel. Alguma coisa alavancou no dia de hoje! Não sei o que é. No meu caso, a identificação consciente de quando ocorre o erro das contagens. Um suplício para quem os ouvidos são incapazes de liderar o corpo através de números. Carol, percebi, deu grande salto nos textos proferidos. Nada tão importante, porque seu corpo expressa. Percepção apenas! Aprimoramento de ofícios que não são específicos da sua alçada, muito embora se comuniquem. Brenno sabe improvisar a dança como ninguém. Do ofício teatral, consegue "incorporar" um personagem da dança. Com maestria! No sábado, ele próprio dissera em palavras outras, que enquanto ator, tem mesmo é que encarar o papel de bailarino. O que é muito bacana...e disso, tenho inveja branca. Observadora-atriz é diferente das atrizes-bailarina; bailarinas-atrizes. As técnicas e seu domínio são essenciais. Não se aprende da noite pro dia. Não se constrói pirâmide em um mês. Pirâmide de papel desmorona com a chuva... E já me acostumo com a "lerdeza" de como a vida segue e prossegue na terrinha do sol. Nada se acelera, exceto as construções de obras e edifícios. Relâmpagos! No mais, tudo pode esperar. Encontros, reuniões, pareceres, decisões. Até casa e comida. Nas quadras e alamedas, não há "formigueiros-gente" apressados para não perder o trem, o ônibus, o metrô. Não! Ali, acolá, os poucos transeuntes pedestres, andam aos passos de lesma, protegidos por guarda-chuvas, sombrinhas. Até os raros ciclistas! Nos ônibus, não existem cobradores. Os próprios motoristas nos esperam efetuar o pagamento, atravessar a roleta, para só depois arrancar. Ás vezes, forte alavanco! E quando desço do ônibus para ir aos ensaios ou qualquer outro lugar, sempre e sempre, sou picada por formigas. Sobre as rotatórias, canteiros, praças. O que acontece só pra quem anda a pé. E de chinelos... Tirando as formigas cabeçudas, as corujas são boas anfitriãs. E quando, nas praças as encontramos, até acontece um cumprimento. E é belo! Invasão de domicílio. O homem rasgando o cerrado. Levantando tetos e bandeiras. Lutando! Com os nativos... e devagarzinho, adornos diferentes proliferam nos muros da cidade. Vários. E a cada amanhecer, abrem-se novas "filiais". A mesma logomarca: "Paga Raul"! ...e finda o dia, na calmaria natural. Crescimento...urbanizado!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Luto


Hoje fiquei sabendo da desencarnação de Anderson João Gonçalves (ex-bailarino do Grupo Cena 11). Gostaria apenas de escrever algumas palavras em sua homenagem. Não que esteja lastimando, pois sei que sua dança continuará, mas, egoísta como sou, ainda não me acostumei com a "partida".
Anderson, assim como Gica (também ex-bailarina do Cena 11, falecida em 2007) dançava customizando o movimento de tal forma, que era impossível não fixar a honestidade de seu corpo em cena. A força de sua presença não era apenas muscular, mas energética, dessas que você não sabe de onde vem, mas te atinge e te faz pensar.
Hoje antes de dormir farei uma oração para Anderson e Gica. Pela vitória de suas vidas, por tê-los conhecido, por ter visto os dois em cena e pela felicidade que os "anjos" devem sentir por ter agora em seu elenco, mais uma estrela.
João Vicente.

parte da história...também do João

Na mesma balança, dois pesos, duas medidas. Dualidade, sempre! Depois do suor derramado, do sol que queima, a lágrima de contentamento, a brisa que amaina. Frescor. O "verde", patrocinadores "dinós". A suavidade para reflexão e preparo para novo dia. Labuta. Pesada. O sentido maior, o constante alavancar. A certeza do aprendizado, crescimento, experiência. Conhecimento primoroso por saber cada vez mais ser ser humano de carne e osso, espírito e coração. Energias muitas daqueles que nos são caros (daqui, das Minas, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio, São Paulo) nutrem nossas veias de esperança. Crença no potencial. Criativo! Permitem que os tresmarianos continuem a jornada com a leveza de um pássaro (que a dança requer) e a paciência de um pescador. A TRESMARIA começa a criar "rizóides". Num chão que ainda se prepara para recebê-la. Através de letrinhas, externamos nossa gratidão a todos que estão nos acompanhando...vibrando conosco, construindo juntos, esse caminhar. De arte que é gente... de toda gente. Nossa! Domingo passei o dia inteiro no "Jardim Galgani Miranda". Carol cuidava de agendas. João, viajava nas cores e formas para mudar a cara do blog. Colocou em minhas mãos um livro sobre o Grupo Corpo. Um pouco de sua trajetória. Entrevista com Rodrigo Pederneiras a relatar como tudo começou, os caminhos percorridos, as agruras e vitórias. Leitura fundamental pelo legado cumprido. Um grãozinho de areia da caipira Minas Gerais que se enamorou com o brilho de estrela. E se transformou em chão firme e constelação. Brilho de gente....brasileira... no mundo!!! Parte nossa, porque foi parte da história. Também do João.

domingo, 17 de janeiro de 2010

TRESMARIA por quê?

Muitos me perguntam o porquê da companhia ser TRESMARIA, lá vai: Cada integrante escolhido para trabalhar na Cia. (direto ou indireto) tem grande autoridade na área artística que é atuante, seja ela ARTES CÊNICAS, CINEMA, ARTES PLÁSTICAS, ARTES VISUAIS, DESIGNER OU FOTOGRAFIA. Também é fato que cada "tresmariano" vem de um canto distinto do Brasil, representando diferentes pontos de vista na sua "formação" cultural. Se dizemos que "Cada macaco é no seu galho, digo que cada "macaco velho" sai de sua árvore separada, para se juntar numa árvore de idéias comum a todos e em benefício de uma arte. Se dizemos que cada estrela pulsa em sua formosura, digo que uma constelação juntou várias delas para um lindo desenho no céu a orientar navegantes. TRESMARIA seria a palavra que retrataria essas idéias, pois cada Maria sai de sua persona e formosura particular para se juntar num ser independente e singular.

sábado, 16 de janeiro de 2010

por três, o azul!

Ensaio com público. Norma Brugger, primeira a chegar. Apontamentos sobre figurino. Caio Brettas, o segundo. Pendurou tecido azul numa das paredes da sala de ensaio e "mandou brasa" nas suas criações. Cinematográficas. Compuseram a platéia Lúcio de Miranda, Monise, Rose Dayanne e seu irmão. Término. Aos pares, os integrantes da equipe discutem aspectos do espetáculo. Norma conversa com Carol sobre figurinos e cores. João concede entrevista à Rose. De lá, fomos para o Restaurante Ecológico, lugar que todos os visitantes de Palmas, devem conhecer. Atendimento bom, comida gostosa, lugar tranquilo. Árvores, aves, céu. Regado a cerveja, as discussões do espetáculo continuam. João revela a intenção de Lúcio para a última cena. Cor azul sobre o ciclorama! Norma diz "óooh, eu tinha acabado de comentar lá na sala de ensaio. É a única cor do espectro solar que está faltando no espetáculo. O azul."

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

e agora José?

...com a chave na mão quer abrir a porta. Não existe porta. Estas letrinhas "drumonianas" bem revelam a "capenguesa" da produção cultural. Os nãos são muitos. Para muitos. Lugares de ofício existentes apenas no papel! Discursos vazios. Dentes brancos para TV. E a voz macia, da mesa pomposa e alta, abranda a vermelhidão das faces dos "pedidores". De esmola! Mas você não morre, Maria, você é dura. E agora, João? Agora você tem nome, Minas não há mais. Você não morre, você é dura, Maria. Três!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

marco

Hoje foi o primeiro ensaio geral, Carol disse na saída do Espaço Cultural. Ao término do ensaio. E repetiu: "Dia 13 de março. ...o ensaio geral"!!!!!! Uma das cenas foi inspirada na diversão de Palmas. E pela milésima vez, a música foi modificada, mas parece que agora (hoje), o saudoso Gonzagão veio pra ficar. Marcar o ponto final das inspirações. Nela, o encontro de ritmos. Uma brincadeira que a própria estatura dos artistas do elenco, demandou: as antíteses (pequeno x grande; baixo x alto). Ao meu ver, a quebra de paradigmas da superioridade masculina, onde a sociedade rotulou medida para os "pares homem-mulher". O casal, para ser bem apresentável esteticamente, há que a mulher ser sempre menor. Hoje, na composição de cena, espontaneamente, surgiu uma fotografia que pra mim, possibilita fazer essa leitura. Um recorte da sociedade brasileira. Aqui, em qualquer lugar. Não só no sentido "literal", mas simbolicamente - as mazelas de um mundo machista, onde nos altos postos de trabalho, cargos de decisões maiores, a mulher ainda permanece invisível ou então, tem que se ajoelhar e submeter às "regras obscuras" do poderio de gravata. Inconscientemente ou não, ontem, estávamos eu, Carol e João indo para uma reunião com o fotógrafo e ao passarmos frente ao Extra que encontra-se em construção (fase prévia de inauguração), ouvimos um som alto com os dizeres "venha, venha dona de casa comprar". Fiz um comentário a respeito e Carol falou brincando "oba, encontrei uma mais feminista do que eu". E estávamos frente a uma loja de veículos. João mencionou "é sempre as propagandas de carro, são direcionadas aos homens". E até chegar no local do encontro, papeamos sobre essas permanências simbólicas que permite à classe masculina estar num patamar de maior ascenção. E a mulher se acomodar. O homem, na sala de reuniões e decisões. A mulher, mesmo que cumprindo jornada de trabalho, representando a porcentagem maior daquelas que não tem voz. Também hoje foi "marco legal" para Palmas. O dia da assinatura do Decreto Estadual servido para regulamentar o Fundo Estadual de Cultura de Tocantins. Passo importantíssimo para o desenvolvimento. Ferramenta para o fortalecimento cultural, por consequência, social e econômico. E à tarde, tivemos sorte grande de nos reunirmos com Sérgio Augusto, militante desse feito, a quem apresentamos "na palma dos olhos". Aguardamos seu olhar. Veredicto! Nos falou que antes de qualquer parecer, se reuniria com Doralice. Mulher! Das Artes Cênicas. A Dora da Fundação Estadual que sempre nos recebe com simpatia e sorriso aberto. E agora, declarado abertamente, com seu poder decisório. Em âmbito estadual. ....E na abertura desta reunião, se repetiu ritual joanino. Jejum das falas iniciais: "primeiro as mulheres, elas se pronunciam melhor". Se gentileza ou não, se mudança ou não, hoje foi marco. Legal!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

inspirado numa flor!


...foi/será o nosso figurino. Reunião com Norma Brugger, a última jornada de hoje. Encontro familiar! Cores que puxam para o magenta, ela explicou. "Esculpidas" com a cautela de não interferir visualmente no cenário que estampa a cor-maior trazida por Marco Túlio. A sua escolha! Tecidos leves, modelagens simples. Nada de brilhos, paetês, salto alto, cintos, chapéus. A simbologia do despir, do desmascaramento, do despojamento ao viver, vivenciar e oxigenar corpo e mente com o ar palmense. Quando o forasteiro aqui chega, principalmente alguns de nós vindos do Sudeste, a mala traz roupas pesadas, o que logo é mudado pelo suor, o calor, a poeira, o sol. Da mesma forma em que mudamos nossa forma de vestir, que tende a ser leve, mudamos também nossa visão de mundo, o que sempre é normal. Outra forma de encarar o cotidiano, as buscas. Á começar pela própria alimentação. O estranhamento/encantamento com o coentro, o cuz-cuz, o cupuaçu, o espetinho, a tapioca, o pequi, o chambari. O coentro pra mim, Carol e Brenno foi um sacrilégio quando da chegada. Para João, que tem raízes no Nordeste, muito normal. Implícito nas cores "bruggerianas" muito dessas "pétalas" e "folhas" a formar uma "forma". Norma espalhou os figurinos sobre a cama. Foi mostrando e explicando a composição e os porquês. Inspiração em Carol. A flor! "Nós demais", as pétalas... verde, amarelo, beje. O jardim do "canteiro de obras". O que ainda está latente e que Norma ainda não conseguiu colocar em cena para reverberar frase que João, há um tempo atrás, definira Palmas. A cidade da construção que hoje se apresenta como "canteiro de obras". Esteve conosco na reunião das cores, Rose Dayanne, a mais nova "investidora" no grupo. Assessora de Comunicação. A reunião com a jovem jornalista, não poderia ser em lugar diferente, num bar que comumente vamos tomar um choppinho, beliscar uma comida preparada no capricho. Rose Dayanne, é peça rara. A única que traz nas veias o sangue tocantinense. E isso é bom! Penso que fortalecerá, nutrirá nossas raizes. O mecanismo de levar as seivas às folhas e raízes. E hoje também tivemos rompimento de barreiras. Notícias boas referentes à parceria. Reunião com profissionais da Jaime Câmara que gentilmente, abriu possibilidades de parceria. Apoio! E antes disso, almoçamos no Restaurante Comunitário. Nosso apoiador maior, como diz o mestre João. Um saboroso suco de cupuaçu comercializado pela mulher que o entrega na parte externa do lugar, através da janela. Carol prefere sempre que os sucos tivessem menos açúcar. O ensaio de manhã foi bacana. Alterações em movimentos e falas. E amanhã ensaio da 3 e 4 cenas. Temperatura e solo... de Palmas?

sábado, 9 de janeiro de 2010

rede - vários nós e "noises"

Talvez porque somos novatos, a nós, o "olhar-reserva-alheia". Ainda não conseguimos êxisto de apoio perante o poder público. Pra não dizer, acesso! Curioso, que na escola que trabalhei ano passado, ouvi do Sr. Prefeito, quando anunciava aos professores suas boas novas de projetos, dizer que aguardava na sua mesa de gabinete projeto de Artes Cênicas. Pela real carência. No entanto, porta-vozes ainda não se dispuseram soprar aos seus ouvidos que em gestação encontra-se um trabalho inspirado na mais caçula capital brasileira e que teve o voto de confiança da FUNARTE e que, por isso, poderá servir de Cartão de Visitas de Palmas para os vários cantos do país. Enaltecendo, inclusive o valor de sua gestão, porque os registros desta história não mudarão. A "palma dos olhos" acontecerá independente de apoio ou não, num período em que alguns nomes da sociedade estarão estampados nas placas de prata e bronze, afixadas em monumentos, edifícios e salas do lugar. Memória Perpétua! Não esqueço: a Prefeitura Municipal tem nos dado apoio. A sala de ensaio localiza-se no Espaço Cultural, o Centro de Criatividades que oferece aulas de diversas atividades artísticas para a comunidade, dentre outras importantes realizações. Nossos ensaios lá acontecem, inclusive no Teatro Fernanda Montenegro. Sou, somos muito gratos. Mas honestamente, não vejo como privilégio. É dever cumprido do poder público! Não convivo com os outros grupos de teatro ou dança locais. Apenas conversei previamente com diretora e um ator de uma peça que assisti ano passado, TORRE NEGRA. Sei que foi osso para o grupo a montagem. Ensaiavam depois da meia-noite. Se viraram e sozinhos conseguiram fazer um grande trabalho. Pra mim, foi sinal de uma movimentação cultural no lugar. Caminho para uma autonomia de grupo, o que é sempre importante. Não ficar à mercê das "auto-indulgências". A Secretaria Municipal de Educação parece conto do vigário. Desde novembro estamos tentando agendar um encontro com Sr. Secretário Danilo Miranda para apresentação do projeto. Em vão! Fica apenas nos bloquinhos e agenda daquele lugar. Por certo ele ainda não sabe da premiação. Apaixonado por dança e teatro que é, já teria se manifestado, porque conhece nosso trabalho e também nas conversas de corredores de escola e seminários, se manifesta requerendo projetos. Inclusive, a mim, na época das inscrições para o Prêmio Myriam Muniz, mandou entregar em mãos o impresso do edital Vamos deixando as pedras rolarem, porque no caminho temos conseguido nos reunir com autoridades até mesmo sem agendamento, tal foi o caso do reencontro com Bernardo da Mata Machado no II Congresso Estadual de Cutura (já relatado aqui) e que vibrou de alegria conosco; como aconteceu com Perlaine da Secretaria Estadual de Turismo e outros mais. A visita na Secretaria Estadual de Turismo foi muito legal, mas me fez refletir que aqui, não se trabalham em rede. Teremos que aguardar primeiro reunião na Secretaria Estadual de Cultura para só depois lá voltar e conversar com quem de direito. E está parado! As normais burocracias de toda máquina política restrita ás suas alçadas, por conta de nomenclaturas. A parceria que se busca com o Turismo não é a mesma com a Cultura. São complementares. Mas não desobedecemos as "regras legais". Estamos aguardando o encontro com Sérgio Augusto Pereira que sei, está a frente da regulamentação de leis de incentivo para Palmas, o que é muito importante. Passo crucial para o andamento e fortalecimento das políticas públicas de cultura locais. Independente de resultado satisfatório ou não, só após conversar com ele é que podemos retornar ao departamento de Turismo. Hananias da Fundação Estadual, de forma informal e virtual tem sido muito prestativo para conosco em termos de divulgação. E a gente tem arregaçado as mangas. Mas não é tão simples. Depende de muitos. Uma atuação em rede. Tal qual a rede de pescador é preciso de vários nós e "noises". Assim, as ações num todo farão cumprir a "democracia" cultural. Cada um, na sua competência e alçada que amarre os seus nós na construção da rede. E teatro, dança, se aprende fazendo. Requer prática. Se fosse tão fácil como num passe de mágica, sobraria mais tempo para produzir. Como os "tresmarianos", tem muita gente querendo produzir. Nada melhor do que a união de esforços. Esqueletos e cucas... No ensaio de hoje, a última cena se fechou. Da religião!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

fazer-refazer...um tempo que acelera

...o ensaio reinicia. E o mestre João senta com seus discípulos. Abre o "livro". Aponta caminho por caminho a ser seguido. Analisa todas as cenas do vídeo do dia 16.12.09. Correção minuciosa de erros e falhas, tal qual um médico que com seu bisturi "extermina" o "podre". Após o ensaio, almoço no restaurante comunitário. R$1,00/ refeição. Espaço bacana. Sem tumulto. Bom atendimento. Contente em saber dessa "oferta" aos palmenses e forasteiros recém-chegados. E de lá, reuniões percorridas. Lúcio e o projeto de iluminação. Fechamento de parceria com a Galeria Café, através da saudosíssima Kátia. Entendedora das políticas de patrocínio, apoio, parceria culturais! Após, papo bom com as assessoras de comunicação da Eletronorte. Um lache para o corpo cansado pelo "corre-corre". Chopinho com Norma. Pronuciamento sobre as primeiras peças do figurino. Quase meia-noite! Muito cedo para dormir. Muito tarde para acordar cedo para o ensaio de sábado. E o ponteiro do relógio anuncia cada segundo precioso... um tempo que acelera...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

andar

Muito embora eu não tenha ido muito ao teatro, eu sempre me entristeço quando assisto algo puramente comercial. Certo são as casas lotadas! O riso pelo riso. O público que se deleita com o besteirol. Ao mesmo tempo, num outro canto, montagens de grupos experimentais. Espaços alternativos e pequenos. Gatos pingados compondo a platéia. Geralmente do meio artístico. Assim, como as pessoas vão apreender alguma mensagem? Á quem atingir? Que mensagem passar? Que público formar? As pessoas continuam hipnotizadas pela TV e acabam achando que teatro é sua cópia. Imagem e semelhança desta deusa. Mesmo batom e estamparia. Nas escolas de ensino público, cujo cardápio oferece teatro enquanto disciplina, teatro é sinõnimo de "tablado para jogral" em comemoração ao Dia do Imposto, Dia do Gari, Dia do Presidente da República. Mas reconheço, louváveis são os figurinos e cenários. É teatro! porque subiu ao palco, vestiu diferente, fez gracinha, aquelas piadinhas retiradas do youtube...daqui, dali. É teatro! Como formar esse público para teatro? se desde criança aprendem que teatro é quinenzim as novelas mexicanas? ou que tem que estar vestido igual às personagens do Caminho das Ìndias, tem que dançar igual a Joelma da Calipso, tem que falar igual os "bombonzinhos"da malhação....e andar parecido às fashion da moda. As pessoas acabam pensando que fazer teatro é uma palhaçada colorida em forma de corpos bonitos. Não é só isso. Tem outras linguagens! Gente de vários naipes e idades. Lembro que em 2007 a Adriana Galisteu se transformou em atriz talentosíssima, segundo a estimável Bibi Ferreira. Se não me falhe a memória, o trabalho estava sob direção de Jô Soares. E Bibi esteve aqui em Palmas logo quando cheguei. Confesso que me deu vontade de assistir ao seu espetáculo por sabê-la história viva do teatro brasileiro, por conta de seu pai e ela o acompanhar desde criança. Mas sem julgamento de valores, por não compreender o motivo do seu aval à "viúva Senna" enquanto atriz de teatro, paralisei. Sentei na Trupe do Butiquim. Preferi investir a grana reservado ao ingresso com chopp. Nada contra! Já passou. Mas já passou da hora, penso, de acabar com essa onda de que para ser ator profissional, basta ser aprovado no concurso do Big Brother Brasil e chegar na Globo. E alcançar a CARAS. Cara, caramba, carambola! Muita coisa passou. Tudo passa, mas a memória acusa porque esperanças existem para um fazer teatral digno de "aplauso" e de interação com o público. O teatro do Franco Zampari e Ziembiski (escrevi errado esse nome) que cumpriram o legado e deixaram um rastro a seguir. Mas como prosseguir se o Brasil carece de políticas públicas de cultura? e retrocedeu léguas do que Gilberto Gil conseguiu alavancar? Povo, povo, povo, comédia é lembrar de 2007, quando um sobrinho de Edir Macedo teve a brilhante idéia de criar um projeto de lei propondo a inclusão de templos religiosos entre os "beneficiários" da Lei Rouanet. Repito, nada contra! Mas não há que se falar em teatro e esquecer do que está imbricado ao fazer teatral. Dos bastidores da sociedade, da política, da comunidade. Aqui em Palmas, sinto falta de mais efervescência de trabalhos experimentais, intercãmbio com grupos bons de teatro de outras cidades, bate-papos e oficinas. O SESC/ PALMAS tem cumprido papel importante nisso aí. Mas não basta! Acho tudo isso muito sério. Quem sou eu pra dizer, mas o que vejo é que o mundo é um lugar muito estranho mesmo. Principalmente essa geração depois da minha. Andam inebriados por não sei o quê e não sei aonde. Tudo acelerado e desconexo. Um bombardeio de informação. E conhecimento? Falta conhecimento. Sobra desonestidade. Mas conhecimento, onde fazer? Tenho vontade de ter vivido nas gerações anteriores à minha. Penso como deveria ter sido na época de Procópio Ferreira, Tônia Carreiro, Dulcina de Moraes, Cacilda Becker, Paulo Autran, Cleide Yaconis, artistas teatrais respeitados pelo próprio respeito que se davam. Deram! A profissão construída. Um exemplo a seguir. Do público! A honestidade artística. A criaçaõ enquanto uma busca. Um refletir da sociedade, o homem em transformação. Eu imagino como deveria ter sido bom essa época, porque quando a gente lê sobre, o "imaginar" já faz os olhos brilharem. Lastimo o que não vivi. E o futuro? Só à Deus pertence se não nos colocarmos enquanto partícipes e possibilitarmos espaço para isso e aquilo.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

voz

De volta à terrinha do sol...Hoje, para mim, apenas descanso cumulado com a criação da comunidade NA PALMA DOS OLHOS no orkut. Alguns conhecidos aderiram, surpresos até com a notícia. Carol visitou empresas. Amanhã, o cedo é cedo para a retomada da produção. Os ensaios retornam na sexta-feira e não podemos deixar de avisar ao Caio Brettas que hoje se pronunciou querer assistir a todos os ensaios que puder. Bom sinal! Hoje também tive notícias de um de nossos parceiros lá do extremo-norte. Thiago Briglia, o cuidador da circulação em Boa Vista-RR, vai radicar por algum tempo em Sampa, por conta de seus estudos cinematográficos. Mas incumbiu Cláudio Lâvor da empreitada beira Raposa do Sol. Durante os 15 dias de férias, apenas assisti ao vídeo dos ensaios. Muito terei que trabalhar para "quebrar" a postura do meu personagem que não é personagem, mas que não pode permanecer com um "corpo cartesiano". Muito a ser trabalhado também na expressão vocal de todos os integrantes. É fato a carência de técnicas vocais para o trabalho teatral nos cursos de artes cênicas, pelo menos em Minas Gerais, é o que sei. Muito embora, repito, não haverá personagens definidos no nosso espetáculo, imprescindível se torna o trabalho de voz para as falas poucas que permeiam os gestos. Segundo Grotowski, na sua obra EM BUSCA DE UM TEATRO POBRE, "o ator deve descobrir as resistências e obstáculos que o prendem na sua forma criativa. Assim, os exercícios adquirem a possibilidade de sobrepujar os impedimentos pessoais. O ator não se pergunta mais: como posso fazer isto? Em vez disto, deve saber o que não fazer , o que o impede. Através de uma adaptaçaõ pessoal dos exercícios, deve-se encontrar solução para a eliminação desses obstáculos, que variam de ator para ator. Na teoria, não há exercícios respiratórios. De acordo com cada caso individual, descobrem-se as dificuldades que aparecem, determinando as suas causas e logo eliminando-as. Não trabalhamos diretamente com a respiração, mas corrigimo-la através de exercícios individuais que são quase de natureza psicofísica". Que descubramos a sintonia de nosso corpo com a voz nesse prazo curto de processo de criação. Merda pra nós!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

viajando com Manuel Bandeira

Ser como o rio que flui
Silencioso como a noite
Não temer as trevas da noite
Se há estrelas no céu, refleti-las,
E se os céus se pejam de nuvens,
Como o rio, as nuvens são água,
Refleti-las também sem mágoa
Nas profundidades tranquilas

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

sempre em frente

Carol e João preparam o terreno para a retomada do processo de criação! Na terrinha do sol, desembarco na madrugada de quarta-feira. Mas amanhã, sei, Norma e Carol se encontrarão por conta de figurinos, tecidos, confecção. Carol em plena atividade, mal desce de Natal e já percorre telefones. Agenda, porque agenda reuniões que ficaram em haver no ano que findou. De Brenno, tive notícias virtuais aqui no cerrado mineiro. Mas quanto aos escritos da "tresmariarte" foi o único que até agora não se manifestou. Marco Túlio, soube, está em plena atividade no cerrado goiano. Equilibrando mente e corpo com sua outra arte - a marcial. Técnicas orientais que grandes mestres do teatro utilizaram na busca do conhecimento e aprimoramento das artes cênicas.

domingo, 3 de janeiro de 2010

fio da meada

Quando cheguei em Palmas, vivi um momento atroz, sentindo o não sentir. Até duvidando do que fora buscar. E sempre, na mente, as malas prontas pra voltar. E me encho de alegria por todo o acontecido que nos veio a frente de todo o cansaço do início. Em maio, passamos a morar na mesma casinha, João, Carol, Brenno e eu. Esgotados chegávamos em casa e íamos conversar sobre as impressões da nova cidade que nos abrigava para labutar. Tudo era motivos para nossa "roda de prosa". Sem cadeira, sofá, mesa, TV, talheres, mobiliário, enfim, sentávamos no chão, feito índios e o papo bom acontecia. Da prosa, uma certa ascenção intelectual sobre as nossas dúvidas. O escutar um ao outro, o conhecer melhor um ao outro, trouxe entusiasmo e ânimo para levar à frente a proposta de cada um, que se unificou. O incentivo para ir em frente, em um momento que João já adquirira carteira no postinho de saúde, um momento em que Carol "debilitada" por conta da dengue ouvia impropérios no trabalho de pessoas que acham banal o corpo que clama a dor pelo vírus do aedes. E de "moribunda" Carol transfigurou numa enfermeira e de uma só vez, levou a mim e João para o postinho de saúde. Eu, estreiando uma nebulização porque parecia uma tuberculosa e João sendo batizado pelo mosquitinho anfitrião de Palmas. E os dengosos e "tuberculosa"sentíamos a necessidade da criação. Era início de junho. E projetos enviados para edital do Itáu Cultural e BB. Com parcos tostões para postagem e impressão. Mas a idéia se alimentou, foi solidificando em nós e argamassa enrigecia até tomar outro aspecto, os ensaios. Era agosto. Época em que enviamos o projeto para FUNARTE. E no exato dia do resultado, eu estava de malas prontas pra voltar pras Gerais, porque covarde que sou, não ousaria mais o caminho da terrinha do sol. E curioso é que uma das primeiras falas do espetáculo me foi inspirada na coragem de João e Carol, que me provaram o esforço da mudança. O recomeço de tudo. Num lugar, como em qualquer outro lugar, onde as pessoas paralisam quando percebem que sozinhas ninguém perpetua uma mudança. Ao meu ver, para além de uma obra artística, "na palma dos olhos" significa uma busca de realização, por serem os seus intérpretes-criadores, forasteiros que enfrentaram novos desafios , experiências. Enxergaram em Palmas, parte de um mundo aberto, para abri-lo à medida em que estão se permitindo "destrinchá-lo" com olhos nus. Nâo com a amplitude possível, dada a dificuldade da limitação. No espetáculo, permeiam determinados assuntos que se desencadeiam em outros e mais outros. Então, você pára, pensa e cala. As impressões não revelam o lugar, mas os olhares de quem chegou e já passou por tantos outros lugares antes daqui. Recordo-me dos dizeres de Caio quando assistiu ao ensaio pela primeira vez e pontuou que nalgum trabalho seu de cinema, tratou de questões semelhantes. Enxergou que determinada cena de "na palma dos olhos" trata da indústria cultural e a massificação dos bens culturais. Criar o quer que seja, é limitado. É apenas um recorte, um viés dos olhares sobre algo. Agora, pensando como se deu o encontro dos "tresmarianos" me fez crer que em tudo o que fazemos temos sempre um muito de nós mesmos. Mesmo inconsciente. E não necessariamente estará escancarado. Mas é o que fortalece a criação! E os ensaios retomam essa semana. Malas prontas para o regresso!

sábado, 2 de janeiro de 2010

legado

Foram momentos muito bons os encontros com os "tresmarianos". Aprendi muito no sábado, dia 20 de dezembro numa aula que João ministrou pra mim, na casinha "Galgane Miranda". Foi uma rica doação que fez a diferença nos meus olhares sobre a dança. Comecei a compreender a sua linguagem de trabalho, ao assistir muitos vídeos da Quasar, Cena 11 e Grupo Corpo. A cada vídeo assistido, João me explicava sobre os diferenciais de cada coreógrafo responsável pelos grupos. Repertórios que pude enxergar João como fruto de tais trabalhos. Do Cena 11, João não participara, no entanto, carrega certo interesse-curiosidade pelo trabalho, percebi. Me comovi com a energia e solidez daqueles que estão na ponta. Grupos que solidificaram. Parece que não vergam. Estão prontos para serem inspirados. E isso, é trocas de experiência, estímulo. E a casinha de João e Carol se transforma em lugar suave que me recarrego de energias boas e tento me concentrar como se estivesse numa palestra, aula. E isso muito me enriqueceu. Ensinamentos lembrados que ecoam. E do "na palma dos olhos" consigo enxergar o legado de João advindo da Quasar e Grupo Corpo. Claro, sempre somos discípulos de nossos mestres e com o mestre joanino não poderia ser diferente. E nós, certamente, discípulos de João Vicente! E por muitas vezes nas cenas dos vídeos assistidos o enxergava no grupo Quasar, pela admiração tamanha que carrega do Henrique Rodovalho. Do Pederneiras, traz o espírito empreendedor. Fato é que quando estudei Gestão Cultural um professor sempre nos pedira para tomarmos como norte Grupo Corpo e Grupo Galpão, por conta da excelente organização. E João, traz essas "reminiscências" na veia. Com o diferencial, que não sei o que é, mas que transforma sempre os ensaios-encontros-artísticos em celebração. Celebração grega, ocorrida através de humildade- humor-harmonia.