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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

urbano-natural

E o dia começou atrasado para os rigores dos ponteiros de relógio. E aos ensaios, a mudança de horário. Palmas acorda muito cedo. Bem mais cedo do que as montanhas mineiras, onde o verão ganha novo horário. É tanta a energia vital desta terrinha! que o cidadão se transforma "impontual". Sai de casa tranquilo. Espera por 30, 40, 50 minutos a chegada do "buzão" que te conduzirá ao local proposto. A arquitetura de tão bem planejada que é, esqueceu dos pedestres. Um contraposto! A visão de paisagens belas, céu aberto, ar puro que vai amainando com o advento das "máquinas locomotivas". Gás carbônico que aumenta! Muito embora, o ensaio tenha atrasado, por conta dos atores, "foi o primeiro dia em que foi possível passar dois ensaios gerais", afirmou Carol. De fato! Foi possível um alongamento "arrochado" que só o mestre joanino sabe conduzir. Primeiro ensaio, João Bailarino. Segundo ensaio, João Diretor. A pupila dos seus olhos, acima dos aros dos óculos, acusavam os erros, e a caneta os registravam no papel. Alguma coisa alavancou no dia de hoje! Não sei o que é. No meu caso, a identificação consciente de quando ocorre o erro das contagens. Um suplício para quem os ouvidos são incapazes de liderar o corpo através de números. Carol, percebi, deu grande salto nos textos proferidos. Nada tão importante, porque seu corpo expressa. Percepção apenas! Aprimoramento de ofícios que não são específicos da sua alçada, muito embora se comuniquem. Brenno sabe improvisar a dança como ninguém. Do ofício teatral, consegue "incorporar" um personagem da dança. Com maestria! No sábado, ele próprio dissera em palavras outras, que enquanto ator, tem mesmo é que encarar o papel de bailarino. O que é muito bacana...e disso, tenho inveja branca. Observadora-atriz é diferente das atrizes-bailarina; bailarinas-atrizes. As técnicas e seu domínio são essenciais. Não se aprende da noite pro dia. Não se constrói pirâmide em um mês. Pirâmide de papel desmorona com a chuva... E já me acostumo com a "lerdeza" de como a vida segue e prossegue na terrinha do sol. Nada se acelera, exceto as construções de obras e edifícios. Relâmpagos! No mais, tudo pode esperar. Encontros, reuniões, pareceres, decisões. Até casa e comida. Nas quadras e alamedas, não há "formigueiros-gente" apressados para não perder o trem, o ônibus, o metrô. Não! Ali, acolá, os poucos transeuntes pedestres, andam aos passos de lesma, protegidos por guarda-chuvas, sombrinhas. Até os raros ciclistas! Nos ônibus, não existem cobradores. Os próprios motoristas nos esperam efetuar o pagamento, atravessar a roleta, para só depois arrancar. Ás vezes, forte alavanco! E quando desço do ônibus para ir aos ensaios ou qualquer outro lugar, sempre e sempre, sou picada por formigas. Sobre as rotatórias, canteiros, praças. O que acontece só pra quem anda a pé. E de chinelos... Tirando as formigas cabeçudas, as corujas são boas anfitriãs. E quando, nas praças as encontramos, até acontece um cumprimento. E é belo! Invasão de domicílio. O homem rasgando o cerrado. Levantando tetos e bandeiras. Lutando! Com os nativos... e devagarzinho, adornos diferentes proliferam nos muros da cidade. Vários. E a cada amanhecer, abrem-se novas "filiais". A mesma logomarca: "Paga Raul"! ...e finda o dia, na calmaria natural. Crescimento...urbanizado!

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