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Conversas, cotidiano, artes, fazedors de artes, cultura, cidadania, são temáticas imbricadas no nosso caminhar e, por isso, passarão por aqui. Aberto a contribuição de todas as pessoas sintonizadas conosco... sejam bem-vindos!

domingo, 24 de julho de 2011

sábado, 30 de outubro de 2010

Mestre, grande mestre

"A profissão que tenho hoje é um somatório de conhecimentos organizados? Não sei. É o resultado de várias áreas de atuação? Talvez.(...) Também sou professor e gosto de repassar o conhecimento. É muito bom. Faz parte do meu caráter, eu não guardo a receita. Acho que o conhecimento deve ser repassado. Quanto mais pessoas souberem o que sei, melhor terei sido e a vida não terá sido em vão." RAUL BELÉM MACHADO

Um pouco do que sou, do que digo, do que aprendi, faço e fiz, devo a generosidade desse grande mestre da pequena Araguari do Triângulo das Gerais. Os rastros que deixei no Norte, se seguidos ou não, as sementinhas plantadas, se frutificadas ou não, mas a certeza em mim, trazida pro cerrado mineiro, as raízes, é que, na minha pequenez, doação de mim tentei...Obrigada a todos de Palmas-TO pela acolhida, pelos ensinamentos, bons momentos, descobertas, companheirismo ao suor derramado. Todo fim é o início de um começo. Da mente não se apaga a trajetória!!!...o caminho a seguir. Pras bandas de cá reinicia, continua o "Teatro no Direito", a continuidade do trilho...a segurança do lugar. No olhar!

Fecho com as palavras do Grande Mestre que reencontrei em julho no CTP, quando de uma oficina com José Carlos Serroni e fiquei mais feliz ainda e estimulada, ao perceber que quando o trabalho é almejado "para fora" e não "para dentro" todos compartilham, todos tocam o mesmo barco, tudo engrandece. "Incoletiva", não se desfaz. E os navegadores do Centro Técnico de Produção do Palácio das Artes, ou melhor, os discípulos de Raul, aumentaram. Novos públicos foram despertados....mais possibilidades de fortalecimento. Sem vaidade, porque ao invés do EU, há o NÓS...e só assim os "nós" da corda que prende e protege um amarrio qualquer, não se desfazem, porque existe uma busca conjunta. Troca, diálogo, comunicação e sobretudo, reconhecimento por aquilo que é feito por todos, que reverbera nalguma construção. Alicerce!


"Busque fazer sempre o que você goste. Jamais faça, principalmente na arte, algo que você não queira. Eu sou feliz, porque faço o que gosto." RAUL BELÉM

segunda-feira, 12 de julho de 2010

já dizia Confúcio

"nunca diga nem bem ou mal de si mesmo. Bem, porque não acreditariam. Mal, porque acreditariam facilmente". Pois bem, hoje, após chegar de um encontro gostoso com Flávio Campos e Lídia Olinto, artistas, amigos, irmãos, conselheiros e pesquisadores das artes, bem cá nas terrinhas mineiras, deu vontade de escrever no espaço de diário de bordo. Não mais estou no palco, com João, Carol e Brenno, o trio com quem, por muitos meses, papeei, comunguei de muitos afazeres e conversas que me inspiraram a escrever os projetos que foram lidos, analisados e agraciados com os prêmios Funarte, "germe" para criação deste. Porém, muito do que se passa nos bastidores, nunca é dito em cena, nunca é mostrado ao público. A minha saída do grupo, só o grupo sabe...especialmente, o grande artista (((alone))), cenógrafo Marco Túlio, que doou o sangue para o projeto, que muitas noites madrugadas ficou acordado a se comunicar comigo através do celular, para juntos, nós dois elaborarmos o projeto que possibilitou ao coreógrafo e diretor João Vicente, levar seu nome às capitais do norte, agora, divulgando o nome da suas empresas, via patrocínio do BAnco da Amazônia. Marco Túlio e eu fomos os únicos a saber do teor do projeto NA PALMA DOS OLHOS a ser enviado e analisado pelo Banco da Amazônia... Curioso, que foi uma correria louca...cumulado com noites em claro, passamos tarde inteira, último dia de inscrição, na Gráfica Exata, terminando a escrita, as impressões, enquanto a coordenadora que basicamente, assinava os papéis participava da Conferência de Cultura e o diretor, não me recordo onde estava...mas, poucos minutos antes, de fecharem a agência de correios do shopping, estávamos no sufoco e o diretor subescrevendo o envelope, com letra bonita que ele tem, pergunta na calmaria: "pra que dia será essa postagem?". Então, Marco Túlio, verifica as horas e diz apavorado: "é pra hoje, a agência está quase fechando"... E saímos nós quatro, correndo contra o tempo para a postagem (João, Carol, Marco Túlio e eu) em direção ao shopping. Marco Túlio, fez os envelopes e cheganod lá, ainda foi um sufoco pra terminar tal "artesanato"...mas tudo deu certo, material enviado. Meses depois, resultado positivo. No entanto, porque não temos o "polimento europeu" no modo de andar, falar, sorrir e lutar por entrevistas na mídia, a crítica legitimada registrou em Mídia-Maior-Impressa que a nova capital brasileira, carece de produção cultural e cenografia. Nunca digam mal, nem bem de si mesmo....mas eu me pergunto: "se careceu, carece de gestão e produção cultural na nova capital brasileira, como é que tanto os examinadores da Funarte, quanto os do setor de patrocínios culturais do BASA aprovaram e contemplaram os projetos? Se não houve escrita de projeto, se não houve um planejamento e pensamento estratégico para tal escrita, se não houve reuniões e busca de parcerias, se não houve um designer a dar cor e vida às escritas, como houve aprovação?" E foi sobre isso, que hoje, Flávio Campos, mestrando em Dança pela UNICAMP, orientando por Graziela Rodrigues, um dos maiores expoentes das dança brasileira, me fez refletir... Ás vezes, somos omissos e modestos ao extremo, ao ponto de entregar o ouro e permitir que nossos rostos virem caveiras. Talvez, porque somos mineirinhos do interior e porque ficamos calados, permitimos que as verbas públicas, que são destinadas ao fomento das artes, sejam revertidas em aquisição de linóleos e nunca em pagamento de mão-de-obra barata...Mas, é melhor fechar o bico e lembrar de Confúcio que já dizia "nunca diga bem ou mal de si mesmo. Bem porque não acreditariam. Mal, porque acreditariam facilmente"

sábado, 15 de maio de 2010

dois meses depois...

...NA PALMA DOS OLHOS fez parte da programação das comemorações da "maioridade" de Palmas-TO. E anteontem foi apresentado no Theatro Fernanda Montenegro. Com entrada franca, a aniversariante presenteia à cidade apresentações de dança, teatro, música, exposição de artes plásticas, dentre outras atividades. A quinta apresentação do espetáculo! na quinta-feira, 13 de maio. Chegada a hora. O teatro vazio, considerando que o espaço comporta média de 500 pessoas. "Das todas as vezes" que estive naquela platéia assistindo apresentações de artistas de fora, a platéia sempre lotada.Por certo, as pessoas tinham algo mais interessante para fazer em plena noite de quinta-feira,13 de maio.Quando da estréia, Pierre Freitas e Cícero Belém não puderam assistir porque participavam da Conferência Nacional de Cultural. Mas na quinta, compuseram a platéia.

Muitos risos, durante a apresentação. Dentre todos as apresentações, foi a primeira que houve "interação" entre atores e platéia, ao ponto de haver improvisações. Isso aconteceu na cena da diversão, quando o João pegou a lata de cerveja deixada por Brenno e Carol, bebeu e arrotou de propósito para aumentar os risos da platéia. E isso foi muito bom! Um carinho e uma satisfação do público. Testemunho do encontro!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

e a experiência do viver coletivo, cadê?

"(...)fazendo uma ponte com o teatro, que é uma das grandes formas da manifestação cultural, cito Walter Benjamin, que reflete sobre o Teatro Narrativo e a partir desse ponto podemos extrapolar para todo o universo cultural, e entender um pouco mais esse papel da cultura nas sociedades.

“No interior de um corpo social, estabelece-se um imaginário comum de mitos, crenças, histórias e memórias que vão sendo transmitidas das experiências individuais para o repertório coletivo. Cabe ao artista/narrador perceber, espelhar e criar novas imagens, histórias e crenças que vão integrar o imaginário de sua época.”(Trecho de “O Narrdor” de W.Benjamin)

Acompanhando o pensamento de Walter Benjamin em seu ensaio “O Narrador”, vemos que o processo histórico levou as sociedades contemporâneas a um distanciamento da experiência do viver em coletivo, da noção de corpo social. Acarretando um individualismo exacerbado que acabou empobrecendo o fazer teatral e a sua via de comunicação com o público. O reflexo a esse individualismo crescente no Teatro é o seu afastamento cada vez maior de um Teatro Épico/Narrativo, que discorra sobre personagens e situações que dizem respeito a um coletivo, se tornando um Teatro Melodramático trabalhado sobre questões que dizem respeito a trajetórias individuais.
Partindo do princípio que o Teatro é sempre uma experiência coletiva de identificação e reflexão de uma sociedade a respeito de si mesma, uma sociedade individualista produz um Teatro distante da sua função primeira, de: Espelhamento > Reflexão > Transformação Coletivo Social.

Compartilhando ainda do pensamento de Walter Benjamin, a Narração (e a cultura no seu âmbito geral) é uma das grandes formas de se transmitir o conhecimento e dividir uma experiência. E através da transmissão de conhecimento e sabedoria dos Narradores (e da cultura), que uma sociedade passa a se conhecer, se fortalecer, criar uma memória e uma identidade." (PEDRO BERTI em comentário ao texto Política e Cultura, de Erlon José Paschoal)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

invento

"Ser (...) sem duras portas que durem:
o vento vem
leve
o vento vem
alegre
e o vento vence."

(Fabio Rocha do livro COMEÇO NO FIM)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

sol

E cá no Norte, Diego Molina! O início de SOL NOS OLHOS...