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Conversas, cotidiano, artes, fazedors de artes, cultura, cidadania, são temáticas imbricadas no nosso caminhar e, por isso, passarão por aqui. Aberto a contribuição de todas as pessoas sintonizadas conosco... sejam bem-vindos!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

já dizia Confúcio

"nunca diga nem bem ou mal de si mesmo. Bem, porque não acreditariam. Mal, porque acreditariam facilmente". Pois bem, hoje, após chegar de um encontro gostoso com Flávio Campos e Lídia Olinto, artistas, amigos, irmãos, conselheiros e pesquisadores das artes, bem cá nas terrinhas mineiras, deu vontade de escrever no espaço de diário de bordo. Não mais estou no palco, com João, Carol e Brenno, o trio com quem, por muitos meses, papeei, comunguei de muitos afazeres e conversas que me inspiraram a escrever os projetos que foram lidos, analisados e agraciados com os prêmios Funarte, "germe" para criação deste. Porém, muito do que se passa nos bastidores, nunca é dito em cena, nunca é mostrado ao público. A minha saída do grupo, só o grupo sabe...especialmente, o grande artista (((alone))), cenógrafo Marco Túlio, que doou o sangue para o projeto, que muitas noites madrugadas ficou acordado a se comunicar comigo através do celular, para juntos, nós dois elaborarmos o projeto que possibilitou ao coreógrafo e diretor João Vicente, levar seu nome às capitais do norte, agora, divulgando o nome da suas empresas, via patrocínio do BAnco da Amazônia. Marco Túlio e eu fomos os únicos a saber do teor do projeto NA PALMA DOS OLHOS a ser enviado e analisado pelo Banco da Amazônia... Curioso, que foi uma correria louca...cumulado com noites em claro, passamos tarde inteira, último dia de inscrição, na Gráfica Exata, terminando a escrita, as impressões, enquanto a coordenadora que basicamente, assinava os papéis participava da Conferência de Cultura e o diretor, não me recordo onde estava...mas, poucos minutos antes, de fecharem a agência de correios do shopping, estávamos no sufoco e o diretor subescrevendo o envelope, com letra bonita que ele tem, pergunta na calmaria: "pra que dia será essa postagem?". Então, Marco Túlio, verifica as horas e diz apavorado: "é pra hoje, a agência está quase fechando"... E saímos nós quatro, correndo contra o tempo para a postagem (João, Carol, Marco Túlio e eu) em direção ao shopping. Marco Túlio, fez os envelopes e cheganod lá, ainda foi um sufoco pra terminar tal "artesanato"...mas tudo deu certo, material enviado. Meses depois, resultado positivo. No entanto, porque não temos o "polimento europeu" no modo de andar, falar, sorrir e lutar por entrevistas na mídia, a crítica legitimada registrou em Mídia-Maior-Impressa que a nova capital brasileira, carece de produção cultural e cenografia. Nunca digam mal, nem bem de si mesmo....mas eu me pergunto: "se careceu, carece de gestão e produção cultural na nova capital brasileira, como é que tanto os examinadores da Funarte, quanto os do setor de patrocínios culturais do BASA aprovaram e contemplaram os projetos? Se não houve escrita de projeto, se não houve um planejamento e pensamento estratégico para tal escrita, se não houve reuniões e busca de parcerias, se não houve um designer a dar cor e vida às escritas, como houve aprovação?" E foi sobre isso, que hoje, Flávio Campos, mestrando em Dança pela UNICAMP, orientando por Graziela Rodrigues, um dos maiores expoentes das dança brasileira, me fez refletir... Ás vezes, somos omissos e modestos ao extremo, ao ponto de entregar o ouro e permitir que nossos rostos virem caveiras. Talvez, porque somos mineirinhos do interior e porque ficamos calados, permitimos que as verbas públicas, que são destinadas ao fomento das artes, sejam revertidas em aquisição de linóleos e nunca em pagamento de mão-de-obra barata...Mas, é melhor fechar o bico e lembrar de Confúcio que já dizia "nunca diga bem ou mal de si mesmo. Bem porque não acreditariam. Mal, porque acreditariam facilmente"