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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

marco

Hoje foi o primeiro ensaio geral, Carol disse na saída do Espaço Cultural. Ao término do ensaio. E repetiu: "Dia 13 de março. ...o ensaio geral"!!!!!! Uma das cenas foi inspirada na diversão de Palmas. E pela milésima vez, a música foi modificada, mas parece que agora (hoje), o saudoso Gonzagão veio pra ficar. Marcar o ponto final das inspirações. Nela, o encontro de ritmos. Uma brincadeira que a própria estatura dos artistas do elenco, demandou: as antíteses (pequeno x grande; baixo x alto). Ao meu ver, a quebra de paradigmas da superioridade masculina, onde a sociedade rotulou medida para os "pares homem-mulher". O casal, para ser bem apresentável esteticamente, há que a mulher ser sempre menor. Hoje, na composição de cena, espontaneamente, surgiu uma fotografia que pra mim, possibilita fazer essa leitura. Um recorte da sociedade brasileira. Aqui, em qualquer lugar. Não só no sentido "literal", mas simbolicamente - as mazelas de um mundo machista, onde nos altos postos de trabalho, cargos de decisões maiores, a mulher ainda permanece invisível ou então, tem que se ajoelhar e submeter às "regras obscuras" do poderio de gravata. Inconscientemente ou não, ontem, estávamos eu, Carol e João indo para uma reunião com o fotógrafo e ao passarmos frente ao Extra que encontra-se em construção (fase prévia de inauguração), ouvimos um som alto com os dizeres "venha, venha dona de casa comprar". Fiz um comentário a respeito e Carol falou brincando "oba, encontrei uma mais feminista do que eu". E estávamos frente a uma loja de veículos. João mencionou "é sempre as propagandas de carro, são direcionadas aos homens". E até chegar no local do encontro, papeamos sobre essas permanências simbólicas que permite à classe masculina estar num patamar de maior ascenção. E a mulher se acomodar. O homem, na sala de reuniões e decisões. A mulher, mesmo que cumprindo jornada de trabalho, representando a porcentagem maior daquelas que não tem voz. Também hoje foi "marco legal" para Palmas. O dia da assinatura do Decreto Estadual servido para regulamentar o Fundo Estadual de Cultura de Tocantins. Passo importantíssimo para o desenvolvimento. Ferramenta para o fortalecimento cultural, por consequência, social e econômico. E à tarde, tivemos sorte grande de nos reunirmos com Sérgio Augusto, militante desse feito, a quem apresentamos "na palma dos olhos". Aguardamos seu olhar. Veredicto! Nos falou que antes de qualquer parecer, se reuniria com Doralice. Mulher! Das Artes Cênicas. A Dora da Fundação Estadual que sempre nos recebe com simpatia e sorriso aberto. E agora, declarado abertamente, com seu poder decisório. Em âmbito estadual. ....E na abertura desta reunião, se repetiu ritual joanino. Jejum das falas iniciais: "primeiro as mulheres, elas se pronunciam melhor". Se gentileza ou não, se mudança ou não, hoje foi marco. Legal!

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