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Conversas, cotidiano, artes, fazedors de artes, cultura, cidadania, são temáticas imbricadas no nosso caminhar e, por isso, passarão por aqui. Aberto a contribuição de todas as pessoas sintonizadas conosco... sejam bem-vindos!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

intervalo

Quanto mais alto colocarmos nossos objetivos, maior será nosso crescimento no esforço de alcançá-lo. Foi o que li aos meus 11 anos, quando minha irmã mais velha que morava em Goiânia, deixou em casa uma série de discos de vinil. Num da coleção de Belchior, estava assim escrito, por Lacerdino G. Lopes. Cunhado meu! Levei essas letrinhas para a vida. E agora, nesse exato instante, 17:35h de 14/12/09, preciso desse esforço. De renovar os objetivos, porque a rotina está tomando forma. Detesto rotina. Os intervalos de tempo são, estão curtos na palma das minhas mãos, dos meus olhos. A voz some meio a multidão advinda de classes sociais distintas. Tempo integral. São cores, falas, rostos, traços, cheiros, movimentos distintos. De várias idades, famílias, valores, origens, crenças. E o corpo enfraquece. Sufoca a garganta. E os olhos que marejam confundem as lágrimas com suor. E recebo o carinho e a força da Norma, e ouço Carol que tenta mudar o norte e faz o telefone percorrer o mundo dos projetos. E enxergo nos olhos de artistas outros, o cansaço. Sinto-me tolhida quando o "espetáculo temático" tenta sobressair ao despertar de auto-estima e consequentemente, às escolhas. Tudo isso, sem mensurar, sem analisar os processos pelos quais as Instituições Educacionais brasileiras terão que seguir para alcançar suas metas. Quais suas metas? E o bem-estar dos seus "bois" para mover o carro? É questão de bom-senso olho no olho, é questão de amor fraterno, cuidar da sua prole, porque nessas horas, os "talentos humanos" é que fazem qualquer empresa ou Instituição alavancar. Nesse momento, ecoa na lembrança a voz de Hamilton Farias que foi meu professor de Políticas Culturais no Instituto Pensarte-SP. Uma das suas últimas falas foi "é preciso educar a cultura e culturalizar a educação". Eis a resposta para aqueles que me perguntam o porquê estar numa sala de aula. Impossível militar políticas culturais se não vivencia na base, no chão da escola, as agruras porque perpassam a equipe diretiva, o corpo docente, os alunos, os familiares.É lindo, como são lindas as leis criadas na utopia sem a vivência do dia-a-dia, o que funciona ou não. No meio cultural não é diferente! Os objetivos de vida traçados pelos "tresmarianos" permeiam por tantos mundos. E os hidrogênios de outros mundos nos aguardam...e rapidamente, no intervalo de ir "tresmariartear" deixo aqui, rastros. Respingos de suor. Olheira de um rosto que quer dormir, estar livre pra pensar. Liberdade dos ociosos? Não. Liberdade de dizer o que se pensa, o que gestou, o que gestará. Sem medo de censura, fratura, navalha. Quedas milimetricamente planejadas pelos covardes... E que quebremos as pernas daqui há poucos minutos. E atrasada no ensaio daqui há pouco, sei, chegarei. Mas reles mortal que sou, é bom que se preparem para o dia da despedida. Haverá sempre um dia, em que não mais estaremos. .. de corpo ou alma!

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