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domingo, 13 de dezembro de 2009

remar


Falta pouco para a estréia. Muito para os processos de desdobramento. Ludibriando o tempo e transformando o suor em combustível, foi, está sendo possível alavancar o processo de criação. As cenas, praticamente fechadas, em termos de criação coreográfica e texto teatral. A trilha sonora, em gestação nas montanhas mineiras. O cenário, ainda no mundo das idéias. Cubos de acrílico é o que ALONE pensa.... Não menos que R500,00 por cada cubo. "CRONICAMENTE INVIÁVEL", o orçamento acusa. O figurino, permanece na definição das cores, percebo. Desde outubro, uma escolha trouxe força enorme para o espetáculo. João quando estava na labuta de definição de música para determinada cena, elegeu uma canção belíssima de Carlos Farias e o Coral das Lavadeiras. E todos nós vibramos com a escolha. Eu me senti toda orgulhosa, pelo meu vício no trabalho dos conterrâneos mineiros e por ter entregue em mãos ao João o CD Aqua recém-chegado das Gerais. E eis que João encontra o que estava procurando para a cena que retrata a religiosidade e a união de culturas, dos povos. Será um quadro a denotar a comunhão de crenças, hábitos e costumes. A tolerância de se estar no mesmo lugar e respeitar as diferenças. A busca transcendental que fortalece a muitos. Os mitos que estão sendo forjados na capital através dos forasteiros que trazem/trouxeram mitos das suas raízes locais. E é o encontro das "tribos", o encontro das culturas brasileiras, no centro do Brasil. E assim vamos remando. Aprimorando, remando, projetando. Criando o novo a partir do velho, porque "Projetar é como remar. Remar de costas: olhando para trás e pensando para frente", já dizia Amyr Klink.
E no palco, o diretor que é coreógrafo, conselheiro, motorista, psicólogo, músico, se transmuda em dançarino. Um ritual lindo, em que Carol e João se transformam em um só corpo, pela missão de vida que lhes foi dada. E marido e mulher dividem o mesmo chão das artes. E é belo.... Meu maior receio é que eu fique embasbacada assistindo as cenas e esqueça de entrar e pronunciar meu texto. Pra mim, é mágico assisti-los. Ao contrário da banalização de espetáculos do momento atual, aqui, me transporto para o mundo da magia, reflexão. Cartase. Esse encantamento imprescindível e que tem carecido nas artes dos tempos de agora. E os dois dançarinos, com maestria sabem isso provocar.

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