...

Conversas, cotidiano, artes, fazedors de artes, cultura, cidadania, são temáticas imbricadas no nosso caminhar e, por isso, passarão por aqui. Aberto a contribuição de todas as pessoas sintonizadas conosco... sejam bem-vindos!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

novo ciclo


Branco será o chão para a estréia. Horizontes, magenta. Foi ontem esta revelação para o elenco vinda do cenográfo e diretor. O cenário começa a ganhar forma. E a rotina dos ensaios muda, porque marcações novas surgem. Um ciclo que se fecha. Novo ciclo que se inicia. No mapa do palco, a intercessão das Avenidas JK e Theotônio Segurado, estrutura "geográfica" de Palmas-TO. Tal qual Montesquieu, que na teoria dos três poderes apregoou "tratar os desiguais de forma desigual", essa parte do cenário, penso, simbolizará a hierarquia das castas; a desigualdade social; o poder. De forma sutil, é claro. Leitura minha, que não necessariamente a proposta do diretor. Assim como a cidade se estrutura em Norte x Sul, em kitinets e construções grandiosas, os quadrantes no palco, afora outras questões, denotarão, as classes sociais. Se o público perceberá, não sei, porque "personagens- tipos" no espetáculo não há. Não é a intenção, muito embora, o processo de criação busque o diálogo entre dança e teatro, definir personagens-tipo ou aprofundar psicologismo. Os intérpretes-dança-atores permanecerão no palco durante todo o espetáculo. Participarão de alguma forma, de todas as cenas que versarão dentre tantas temáticas, sobre "chegada dos forasteiros"; "gostos, opções e escolhas de diversão"; "trânsito". Ontem o ensaio foi permeado sobre discussão, cujo provocador maior foi Marco Túlio. Grandiosa é a participação do cenógrafo durante o processo de criação. Muito raro de acontecer. No Brasil, quase não há publicações sobre cenografia, cenotécnica, arquitetura cênica. Isso é refletido na platéia, que ou aplaude os artistas, idolatrando-os, ou, encantados com a beleza e magnitude do cenário, saem da sala de espetáculo dizendo "Nossa, o cenário é maravilhoso". Em "na palma dos olhos" criou uma sintonia e respeito para com o trabalho do cenógrafo, profissional que desde o primeiro ensaio assistido, de imediato, provocou reflexões pertinentes sobre o processo criativo. Isso sim, é um processo colaborativo! e permite que fique estampado a contribuição de cada um. Porque os aplausos, quase nunca são voltados para o figurinista, iluminador, sonoplasta, técnicos de palco, enfim. E tais profissionais são essenciais para a concepção da obra. Isso do cenário tem a haver com os signos, com a estética. Já dizia Paulo Merísio, meu professor lá das Gerais que, se coloco uma cadeira vermelha no palco, ela tem que ter um sentido, uma função. E aqui, com os "tresmarianos" tenho percebido que são artistas-profissionais que se preocupam com os "porquês".




a cidade em construção
na palma dos olhos
é uma pedreira...
ciclo novo

Nenhum comentário:

Postar um comentário