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quinta-feira, 6 de maio de 2010

e a experiência do viver coletivo, cadê?

"(...)fazendo uma ponte com o teatro, que é uma das grandes formas da manifestação cultural, cito Walter Benjamin, que reflete sobre o Teatro Narrativo e a partir desse ponto podemos extrapolar para todo o universo cultural, e entender um pouco mais esse papel da cultura nas sociedades.

“No interior de um corpo social, estabelece-se um imaginário comum de mitos, crenças, histórias e memórias que vão sendo transmitidas das experiências individuais para o repertório coletivo. Cabe ao artista/narrador perceber, espelhar e criar novas imagens, histórias e crenças que vão integrar o imaginário de sua época.”(Trecho de “O Narrdor” de W.Benjamin)

Acompanhando o pensamento de Walter Benjamin em seu ensaio “O Narrador”, vemos que o processo histórico levou as sociedades contemporâneas a um distanciamento da experiência do viver em coletivo, da noção de corpo social. Acarretando um individualismo exacerbado que acabou empobrecendo o fazer teatral e a sua via de comunicação com o público. O reflexo a esse individualismo crescente no Teatro é o seu afastamento cada vez maior de um Teatro Épico/Narrativo, que discorra sobre personagens e situações que dizem respeito a um coletivo, se tornando um Teatro Melodramático trabalhado sobre questões que dizem respeito a trajetórias individuais.
Partindo do princípio que o Teatro é sempre uma experiência coletiva de identificação e reflexão de uma sociedade a respeito de si mesma, uma sociedade individualista produz um Teatro distante da sua função primeira, de: Espelhamento > Reflexão > Transformação Coletivo Social.

Compartilhando ainda do pensamento de Walter Benjamin, a Narração (e a cultura no seu âmbito geral) é uma das grandes formas de se transmitir o conhecimento e dividir uma experiência. E através da transmissão de conhecimento e sabedoria dos Narradores (e da cultura), que uma sociedade passa a se conhecer, se fortalecer, criar uma memória e uma identidade." (PEDRO BERTI em comentário ao texto Política e Cultura, de Erlon José Paschoal)

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